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961 UFES E FEST AVALIAM EFICÁCIA DE PRODUTO ORGÂNICO FOLIAR EM CAFÉ CONILON

 

A Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), em parceria com a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) e a ICL América do Sul, iniciou um inovador projeto de pesquisa focado na avaliação da eficiência de aplicação e da eficácia de um produto orgânico foliar. A pesquisa, liderada pelos professores Dr. Antelmo Ralph Falqueto e Dr. Edney Leandro da Vitória do Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas (DCAB) do Centro Universitário Norte do Espirito Santos (CEUNES) da UFES, conta com a participação de três estudantes de iniciação científica e um aluno de mestrado em Agricultura Tropical.

O café é uma das principais commodities agrícolas do Brasil, destacando-se como o maior produtor e exportador mundial. Em 2019, o Espírito Santo produziu aproximadamente 10,5 milhões de sacas de café Conilon (Coffea canephora), correspondendo a cerca de 78% da produção nacional, solidificando sua posição como maior produtor dessa espécie no Brasil (CONAB, 2020). A cafeicultura é, portanto, uma atividade vital para a geração de empregos, tributos e de receitas.

A produção de mudas saudáveis e vigorosas é essencial para formar cafeeiros produtivos. No café Conilon, a propagação assexuada representa cerca de 90% das mudas produzidas, garantindo características homogêneas e desejáveis, como copa bem formada, ramos produtivos vigorosos, colheita uniforme e resistência a doenças (FILHO et al., 2019; FILHO et al., 2021).

O principal objetivo deste projeto é avaliar a eficácia de um produto orgânico foliar nas respostas ao estresse térmico e oxidativo em mudas e plantas de café Conilon. Os objetivos específicos incluem:

 

  • Avaliar a eficácia do produto nas respostas ao estresse térmico e oxidativo.
  • Avaliar o potencial de adesão do produto nas folhas das mudas.
  • Analisar a qualidade da pulverização por meio do percentual de área coberta, densidade de gotas e diâmetro de gotas.
  • Estabelecer relações entre a eficácia e a eficiência da distribuição do produto nas folhas de café Conilon.

Para avaliar o espectro de gotas da calda, serão utilizadas etiquetas de papel hidrossensível, e inicialmente será empregada água misturada com o traçador Azul Brilhante, detectado por absorbância em espectrofotometria (Vitória et al., 2018). Posteriormente, o mesmo procedimento será realizado com o produto comercial.

As etiquetas serão digitalizadas e analisadas quanto à cobertura, espectro e densidade de gotas pelo software Image Tool versão 3®. Serão avaliados parâmetros como diâmetro da mediana volumétrica (DMV), amplitude relativa (AR), densidade de gotas (DEN) e cobertura (COB).

A fluorescência da clorofila será medida utilizando um fluorômetro portátil, com análises registradas e avaliadas de acordo com o teste JIP. As análises de fluorescência serão realizadas a cada 15 dias até o final do experimento. O crescimento das plantas será avaliado semanalmente, e ao final do experimento, será realizada a análise química de cálcio nas folhas.

Resultados

As conclusões apresentadas abaixo são apenas “observacionais” e momentâneas dado que as análises estatísticas serão realizadas após a segunda aplicação. Em termos de tecnologia de aplicação, segue que:

  • Aumentando a taxa de aplicação (volume de calda) há maior possibilidade de escorrimento do produto em função de gotas grandes que se agregam
  • A taxa de aplicação de 500 L ha-1 é excessiva em termos de cobertura e densidade de gotas
  • Independente da taxa de aplicação a ponta do tipo cone vazio proporciona melhor distribuição do produto no alvo, formando uma “película” uniforme do produto
  • Para uma  proteção fotoquímica efetiva é necessário aplicação do produto pelo menos a cada 30 dias
  • Há necessidade de o estudo ser replicado em condições diferentes: aplicação com pulverizador tratorizado, diferentes estágios de desenvolvimento da cultura e com mistura em calda com outros produtos.

Segundo o coordenador do projeto, Prof. Dr. Edney “O Projeto apresentou resultados importantes e aplicáveis do ponto de vista prático, a partir de agora há uma indicação clara de quais as melhores configurações, regulagens dos equipamentos de aplicação e doses do protetor solar e biofertilizante que devem ser utilizadas que aumentam a eficácia dos resultados com maior eficiência e qualidade na deposição das gotas do produto nas folhas. Outro ponto que não pode ser ignorado é a parceria público-privada, no caso do projeto ambos foram beneficiados, a Empresa agregou ao portfólio do produto dados técnicos com bases científicas e metodológicas e a Universidade formou recursos humanos de qualidade e um banco de dados robusto para análise e publicações científicas consistentes”.

Este projeto contribuiu significativamente para a melhoria da eficiência e eficácia da aplicação de produtos orgânicos na cafeicultura, proporcionando uma melhor adaptação das plantas às condições ambientais adversas e promovendo uma cafeicultura mais sustentável e produtiva. A UFES, juntamente com a FEST e a ICL América do Sul, reafirma seu compromisso com a inovação e o desenvolvimento sustentável na agricultura.

Acompanhe o progresso deste importante projeto e outras iniciativas da UFES e da FEST em nossos canais oficiais.

Projeto 961

texto Vanessa Pianca

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