A Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) atuou juntamente com o Professor Marcelo Barreto da Silva em uma pesquisa inovadora para combater uma ameaça silenciosa que assombra as plantações de café na região: os nematóides. Esses parasitas microscópicos, capazes de contaminar o solo de forma permanente, têm potencial devastador, destruindo lavouras inteiras e prejudicando a produtividade agrícola.
A cultura do café, uma das principais fontes de receita para muitos agricultores capixabas, temem a infestação da lavoura por nematóides. As fêmeas juvenis desses parasitas penetram nas raízes, desencadeando um ciclo reprodutivo que pode resultar na destruição das plantações. Não apenas o café, mas também outras culturas, como pimenta do reino e mamão, também enfrentam riscos significativos.
O pesquisador do projeto, Professor Marcelo Barreto da Silva, lidera uma equipe numa iniciativa abrangente para entender e conter a propagação desses nematóides. A pesquisa envolve a condução de ensaios de campo, uma abordagem prática para estudar a eficácia de diferentes estratégias de controle.
Segundo Marcelo, a melhor forma de controle é a prevenção da presença do nematoide no início dos plantios. “Neste sentido é fundamental, para aquelas culturas que são propagadas por mudas, como café, pimenta-do-reino, goiaba, banana e mamão, fossem feitas avaliações das mudas antes do plantio.” Destacou.
Um dos desafios mais prementes enfrentados pelos cafeicultores é a dificuldade em detectar a infestação em estágios iniciais. Muitas vezes, a ação silenciosa dos nematóides faz com que os produtores demorem a perceber a presença do parasita. Os ensaios de campo liderados pela FEST buscam não apenas soluções eficazes de controle, mas também métodos aprimorados de detecção precoce.
Desde 2013, uma portaria do Ministério da Agricultura tornou obrigatória a análise de amostras de mudas em todos os viveiros de café. A pesquisa desempenha um papel crucial na implementação e aprimoramento dessas análises, garantindo que as mudas estejam livres da presença de nematóides antes de serem plantadas, em conformidade com as normativas.
“Os primeiros resultados dos ensaios de campo são promissores, indicando possíveis estratégias para o controle eficaz dos nematóides na cultura do café.” Finalizou Marcelo. No entanto, os pesquisadores reconhecem que há desafios significativos a serem superados e que o trabalho é contínuo.
A pesquisa não apenas visa proteger as plantações de café, mas também destaca a importância da inovação e da pesquisa na resolução de desafios agrícolas complexos. À medida que a pesquisa avança, a FEST reafirma seu compromisso de continuar inovando para criar soluções duradouras que beneficiem não apenas os cafeicultores, mas toda a comunidade agrícola. A caça aos nematóides é mais do que uma pesquisa; é um testemunho do papel vital que a ciência e a tecnologia desempenham na construção de um futuro mais sustentável para a agricultura brasileira.