FEST – Fundação Espírito-santense de Tecnologia

Projeto de Pesquisa da FEST desenvolve tecnologias para construção sustentável em ilhas oceânicas com foco no Arquipélago de São Pedro e São Paulo

Na sexta-feira (22/08/2025), a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) promoveu, em conjunto com a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), uma reunião para apresentação do projeto final de arquitetura da nova Base de Pesquisa Científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP).

O projeto,  intitulado “Desenvolvimento Tecnológico para a Construção em Ilhas Oceânicas: aplicação no Arquipélago de São Pedro e São Paulo”, é coordenado pela professora Dra. Cristina Engel de Alvarez e representa um Acordo de Parceria da FEST com a UFES,  e um Acordo de Cooperação entre a FEST e ICMBio.

O encontro contou com a presença do Comandante Carvalho, do SECIRM e do Comandante José, da Marinha do Brasil, do Júlio Rosa, Chefe do ICMBio Grandes Unidades Oceânicas, de Jackeline Nobrega Spínola, do ICMBio, além do Superintendente da FEST, Armando Biondo, da Gerente de Projetos da FEST, Patrícia Bourguignon, da Coordenadora do Projeto, professora Cristina Engel, e de toda sua equipe técnica.

Na ocasião, foram apresentados os detalhes arquitetônicos que nortearão a futura base, projetada para atender às demandas de pesquisa científica em um dos ambientes mais remotos e desafiadores do planeta.

 Pesquisa aplicada e inovação em construções oceânicas

Após estudos conduzidos com o Arquiteto e Pesquisador Dr. Bernardo Zandomenico Dias, membro do Laboratório de Planejamento e Projetos (LPP/UFES), foram definidos eixos centrais para o desenvolvimento de soluções inovadoras. Em suas visitas técnicas ao Arquipélago o pesquisador realizou atividades que focaram em dois objetivos principais:

  • Inspeção da Estação Científica Atual
    • Que Avaliou materiais e técnicas construtivas que se mostraram eficazes ao longo dos anos.
  • Instalação de Novos Materiais e Componentes
    • Testou possíveis materiais e tecnologias que serão empregados na nova estação, analisando seu comportamento frente aos agentes de degradação locais.

As estações científicas em ilhas oceânicas são fundamentais para o avanço de pesquisas e para o suporte a profissionais brasileiros e estrangeiros. Contudo, a manutenção dessas estruturas enfrenta desafios únicos, como transporte de insumos, custos elevados e a necessidade de reduzir impactos em áreas de proteção ambiental.

 Condições extremas que desafiam a engenharia

As condições climáticas e geológicas das ilhas oceânicas impõem um verdadeiro teste de resistência: altas temperaturas, umidade intensa, ventos fortes, elevada incidência solar, névoa salina, ondas oceânicas e até mesmo abalos sísmicos. Diante disso, a nova estação científica deverá unir durabilidade, baixo custo de manutenção e respeito ambiental.

Para a Gerente de Projetos da FEST, Patrícia Bourguignon, o momento simboliza o avanço de uma cooperação que alia ciência, tecnologia e compromisso ambiental: “Esse projeto é um marco para a FEST e para todas as instituições parceiras. Desenvolver soluções inovadoras para construir em um ambiente tão hostil é um desafio, mas também uma oportunidade de colocar o Espírito Santo e o Brasil na vanguarda da pesquisa e da engenharia sustentável em ilhas oceânicas.”

Já a professora Cristina Engel, coordenadora do projeto da FEST, destacou o caráter estratégico e científico da iniciativa: “Este trabalho é essencial não apenas para aprimorar nossas práticas construtivas, mas também para contribuir com a preservação ambiental e a redução de custos de manutenção em locais tão remotos. O LPP/UFES está empenhado em utilizar sua expertise para contribuir com a conservação e o avanço científico em um dos ecossistemas mais desafiadores e fascinantes do planeta. A colaboração entre o ICMBio, a FEST, a UFES e a Marinha do Brasil é um exemplo poderoso do que podemos alcançar quando unimos forças em prol de objetivos comuns.”

 Curiosidades sobre o Arquipélago de São Pedro e São Paulo

  • Único conjunto de ilhas oceânicas brasileiras localizado acima da linha do Equador.
  • Está a 1.100 km do litoral do Rio Grande do Norte.
  • Sua formação geológica é única, resultado de uma rachadura na crosta terrestre.
  • Em 1933, um tremor tectônico destruiu o farol instalado no arquipélago.
  • Possui extensa Zona Econômica Exclusiva, estratégica para exploração de recursos vivos e não-vivos.
  • As ilhas foram descobertas por navegadores portugueses da tripulação “São Pedro”, acidentalmente, em abril de 1511. A caravela chocou-se com os rochedos e foi resgatada por outra tripulação da mesma esquadra, a “São Paulo”. Assim surgiu o nome São Pedro e São Paulo

 Um futuro de ciência e sustentabilidade

Com a futura base científica, o Brasil reforça seu compromisso com a pesquisa oceânica, a conservação ambiental e a soberania sobre uma região estratégica. O projeto promete ser um marco para o desenvolvimento tecnológico sustentável em ambientes extremos, abrindo caminho para novas descobertas e práticas construtivas que poderão ser aplicadas em todo o país.

Texto: Vanessa Pianca

Projeto: 1220