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Evento “Conhecendo a Uruçu Capixaba” reforça preservação da abelha símbolo das montanhas do Espírito Santo

Nos dias 26, 27 e 28 de junho, o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) – Campus Venda Nova do Imigrante – foi palco do evento “Conhecendo a Uruçu Capixaba, a abelha das montanhas do Espírito Santo”, que reuniu pesquisadores, estudantes, meliponicultores e membros da comunidade em torno da preservação de uma das espécies mais emblemáticas da fauna capixaba: a Melipona capixaba, também conhecida como Uruçu Capixaba.

A ação integra o projeto “Uruçu Capixaba: uma estratégia multidisciplinar para conservar a abelha do Espírito Santo”, coordenado pelo professor Dr. Gustavo Martins, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e pelo professor Dr. Vander Calmon Tosta, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Campus São Mateus. A iniciativa é executada com o apoio da Fundação Espírito-santense de Tecnologia (FEST) e financiamento do FUNBIO – Rede Biodiversidade Rio Doce.

Nove instituições unidas pela conservação

O projeto é um esforço conjunto de nove instituições parceiras: UFES, UFV, IFES (campi Vitória, Santa Teresa e Venda Nova do Imigrante), INCAPER, IEMA, EMBRAPA Recursos Genéticos/CENARGEN, Associação de Meliponicultores do Espírito Santo (AME-ES), Associação de Meliponicultores Capixabas (AMECAP) e o Instituto Abelhas Nativas (IAN). A UFES, por meio do LABELHAS – Laboratório de Genética, Evolução e Conservação de Abelhas Nativas, localizado no Campus São Mateus, é a responsável pela organização e execução direta do projeto.

Coordenando quatro dos seis objetivos do projeto e atuando também em um quinto, o professor Dr. Vander Calmon explica que os trabalhos abrangem desde o mapeamento da distribuição da espécie, montagem de uma coleção biológica de referência, análises de contaminação do mel e dos produtos da colmeia, até ações de educação ambiental e capacitação de meliponicultores para práticas conservacionistas. A equipe conta atualmente com um bolsista de pós-doutorado, um de apoio técnico, cinco bolsistas de iniciação científica, além de uma mestranda da UFV em atuação conjunta com o grupo.

Etapas do evento: ciência, cultura e conservação

A programação foi estruturada em várias etapas. Na primeira, os visitantes puderam conferir a 1ª Mostra de Abelhas Nativas das Montanhas Capixabas, montada na área externa do IFES e aberta à comunidade ao longo dos três dias. A abertura oficial contou com a presença do professor Dr.  Murilo Drummond (diretor do Instituto Abelhas Nativas) e da Dra. Camilla Gallon, representante da AME/ES. Também foi realizada uma palestra conduzida pelo professor Dr. Sidnei Gilles, do IFES Venda Nova.

No sábado pela manhã, a terceira etapa ocorreu no Meliponário Venda Nova, de propriedade do meliponicultor Sr. Roger Giubini, com a ilustre participação do Reitor da UFES, Prof. Dr. Eustáquio Vinicius Ribeiro de Castro de Castro que reforçou o apoio institucional à causa da conservação da abelha símbolo do estado.

O evento foi encerrado com o lançamento oficial da Rede de Conservação da Melipona capixaba, durante um encontro técnico que incluiu palestras, debates e o lançamento do Gibi da Uruçu Capixaba, material educativo voltado à sensibilização do público infantojuvenil sobre a importância da espécie para a biodiversidade.

Preservar é urgente

Endêmica das regiões de montanha do Espírito Santo e ameaçada de extinção, a Uruçu Capixaba é uma abelha sem ferrão que desempenha papel essencial na polinização de plantas nativas e na manutenção de ecossistemas saudáveis. “A Melipona capixaba tem uma distribuição extremamente restrita e vem sofrendo com os impactos ambientais. Nosso trabalho é fazer um diagnóstico amplo da situação atual da espécie, avaliar os fatores de estresse e, ao mesmo tempo, atuar na conscientização da sociedade para sua conservação”, afirma o professor Dr. Vander Calmon Tosta.

Além das atividades técnicas, o evento também aproximou ciência, educação e saberes tradicionais por meio de ações como a Degustação Guiada de Méis de Abelhas Sem Ferrão, que despertou o interesse da comunidade para os sabores e propriedades únicos desses produtos nativos.

Compromisso com o futuro

Com duração de 36 meses, o projeto “Uruçu Capixaba” busca consolidar uma estratégia sustentável de preservação da espécie, unindo pesquisa científica, educação ambiental e envolvimento comunitário. A expectativa é que eventos como este fortaleçam a meliponicultura conservacionista e contribuam significativamente para a preservação da biodiversidade capixaba.

O evento foi gratuito e aberto ao público, reforçando a importância do acesso à informação e da participação cidadã na construção de um futuro mais equilibrado entre natureza e sociedade.

Projeto 1134

Texto: Vanessa Pianca

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